NOTAS PARA UMA GEOPOLÍTICA AMBIENTAL: NARRATIVAS TRANSTERRITORIAIS E O APARATO DE INTELIGÊNCIA PARA A AMAZÔNIA
DOI:
https://doi.org/10.58960/rbi.2018.13.151Palavras-chave:
Geopolítica Ambiental, Amazônia, BurocraciaResumo
Este artigo propõe refletir sobre uma geopolítica ambiental amazônica por meio da análise de narrativas burocráticas que servem ao propósito de um governo estratégico do espaço amazônico. As relações entre política (processos enunciativos de governo) e território (simbolização do espaço) definem concepções para a Amazônia. Assim, analisar de que modo concepções geopolíticas fundamentam práticas ambientais para a Amazônia brasileira é o propósito deste artigo. Tanto a intelligentsia administrativa brasileira quanto think tanks estadunidenses procuram estabelecer práticas territoriais para a Amazônia, fundamentando estratégicas de comércio e desenvolvimento para o Brasil, em geral, e para a Amazônia, em particular. Há uma forte matriz militar nas reflexões/ações das burocracias especializadas tanto no Brasil quanto nos EUA que projetam modelos hegemônicos de desenvolvimento. Por um lado, observamos que a intelligentsia administrativa brasileira procura integrar territorialmente a região amazônica ao centro dinâmico da economia nacional, subordinando essa integração a concepções de segurança nacional. Por outro lado, think tanks estadunidenses concebem a Amazônica como sendo um armazém de recursos naturais subordinado a interesses comerciais e industriais de seu complexo produtivo civil-militar. Concluímos que os receituários institucionais estabelecem regimes práticos que criam territórios com base na soberania de um ordenamento político-institucional, dando a dimensão de um estado de guerra permanente por narrativas que legitimem planos para a Amazônia.